por Eduardo Menna
Edgard tentava a todo custo manter-se consciente, enquanto apoiava-se nas árvores para não desmaiar.
"Deu tudo errado", pensou ele. "O plano era perfeito. Emboscamos todos os malditos lobos de uma só vez. Mas como poderíamos imaginar que eles estariam a nossa espera? Que havia um traidor no grupo? Enquanto estávamos planejando a morte das criaturas, elas planejavam a nossa!"
Edgard cuspiu sangue. A visão escurecia e tornava a clarear. A floresta ondulava ao seu redor, como se ele estivesse em um bote à deriva em uma mar revolto.
Sabia que dificilmente passaria daquela noite. Não com todos os ferimentos que tinha pelo corpo. Mas não fazia questão de viver. Fora mordido por uma das feras, e, se sobrevivesse, na próxima lua cheia era ele quem estaria correndo pelos campos, levando o terror aonde passasse.
Chegou com dificuldade a uma clareira, onde se desenrolava uma cena insólita: Larson estava cercado por oito daquelas criaturas, e estava rindo! Então não havia sido ele o único sobrevivente do massacre. Mas Edgar lembrava o ocorrido. Larson sobreviveu, porque foi o primeiro a correr quando o caldo entornou. Abandonou os amigos a própria sorte.
A visão de Edgard ficou turva. A morte estava chegando. Mas, antes que sua visão escurecesse de vez, Edgard teve uma grande surpresa. Viu Larson virar-se para o chefe da matilha e vociferar em alto e bom tom:
- Chega animal estúpido! Não sente o cheiro? A droga que tomei ainda vai inibir a minha transformação por mais alguns instantes, mas quem ainda manda neste grupo sou eu! Achou que eu ia dar a vocês a vida dos caçadores, para você voltar o meu grupo contra mim?
Enquanto falava, uma metamorfose horrenda acontecia. As pernas de Larson quebravam-se e se transformavam em patas. O rosto se alongava e presas enormes cresciam da bocarra escancarada. Em instantes, ele também era uma das criaturas. Mas parecia ser ainda mais forte e alta que as outras. E também mais ameaçador.
Edgard viu o seu antigo companheiro avançar e estraçalhar o pescoço do lobisomem que o enfrentava, reassumindo assim, a sua condição de líder. O líder maldito, que tinha traído o grupo, e condenado os melhores caçadores do país a arderem no inferno.
Edgard finalmente caiu vencido pelo beijo da morte, sem acompanhar a direção que Larson, seguia - galopando livre e furioso, com sua matilha amaldiçoada logo atrás.
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Agora prepare-se para ler os finais, escritos por:
Releia o início de Simone Nardi
Edgard tentava a todo custo manter-se consciente, enquanto apoiava-se nas árvores para não desmaiar.
"Deu tudo errado", pensou ele. "O plano era perfeito. Emboscamos todos os malditos lobos de uma só vez. Mas como poderíamos imaginar que eles estariam a nossa espera? Que havia um traidor no grupo? Enquanto estávamos planejando a morte das criaturas, elas planejavam a nossa!"
Edgard cuspiu sangue. A visão escurecia e tornava a clarear. A floresta ondulava ao seu redor, como se ele estivesse em um bote à deriva em uma mar revolto.
Sabia que dificilmente passaria daquela noite. Não com todos os ferimentos que tinha pelo corpo. Mas não fazia questão de viver. Fora mordido por uma das feras, e, se sobrevivesse, na próxima lua cheia era ele quem estaria correndo pelos campos, levando o terror aonde passasse.
Chegou com dificuldade a uma clareira, onde se desenrolava uma cena insólita: Larson estava cercado por oito daquelas criaturas, e estava rindo! Então não havia sido ele o único sobrevivente do massacre. Mas Edgar lembrava o ocorrido. Larson sobreviveu, porque foi o primeiro a correr quando o caldo entornou. Abandonou os amigos a própria sorte.
A visão de Edgard ficou turva. A morte estava chegando. Mas, antes que sua visão escurecesse de vez, Edgard teve uma grande surpresa. Viu Larson virar-se para o chefe da matilha e vociferar em alto e bom tom:
- Chega animal estúpido! Não sente o cheiro? A droga que tomei ainda vai inibir a minha transformação por mais alguns instantes, mas quem ainda manda neste grupo sou eu! Achou que eu ia dar a vocês a vida dos caçadores, para você voltar o meu grupo contra mim?
Enquanto falava, uma metamorfose horrenda acontecia. As pernas de Larson quebravam-se e se transformavam em patas. O rosto se alongava e presas enormes cresciam da bocarra escancarada. Em instantes, ele também era uma das criaturas. Mas parecia ser ainda mais forte e alta que as outras. E também mais ameaçador.
Edgard viu o seu antigo companheiro avançar e estraçalhar o pescoço do lobisomem que o enfrentava, reassumindo assim, a sua condição de líder. O líder maldito, que tinha traído o grupo, e condenado os melhores caçadores do país a arderem no inferno.
Edgard finalmente caiu vencido pelo beijo da morte, sem acompanhar a direção que Larson, seguia - galopando livre e furioso, com sua matilha amaldiçoada logo atrás.
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Agora prepare-se para ler os finais, escritos por:
Releia o início de Simone Nardi
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